Muita gente questiona algumas sagas literárias que costumam encantar jovens e crianças, ou mesmo costuma tripudiar sobre monstros e gêneros cinematográficos ditos como “trash”. Cito aqui toda a saga Harry Potter, Senhor dos Anéis e mesmo Crônicas de Nárnia, e cito, é claro, nossos adoráveis zumbis, que por muito tempo fizeram parte do grupo de monstros “lixão” do cinema, relegados à categoria de filme B, sem credibilidade nem efeitos especiais. Mas não há como negar o impacto que Harry Potter, por exemplo, teve sobre milhares de crianças e jovens, e que ano vai e ano vem, o zumbi continua sendo o monstro favorito de muita gente. Você pode não gostar de H.P, mas em algum momento da sua vida, você viu seu priminho de 10 anos largar o Playstation ou deixar de correr por aí em um belo dia de sol para ler um livro de 500 páginas? eu vi, com essas obras ditas como “inferiores”.
Ou seja, como você espera que alguém leia clássicos, se eles são livros muitas vezes difíceis, maçantes, com linguagem cheia de maneirismos e orações antiquadas? como fazer
um jovem se interessar por literatura clássica? e ainda mais, clássica inglesa do século retrasado? A resposta é muito simples: zumbis!
É exatamente esse ponto que quero debater, nesta resenha de “Orgulho e Preconceito e Zumbis”, de Jane Austen e Seth Grahame-Smith. Li inúmeras resenhas assim que terminei o livro, que comprei pelos zumbis e que gostei pela obra de Jane Austen. Nenhuma debatia esse ponto que expus acima, como fazer a gente se interessar pelos clássicos. Foi isso que a editora responsável pelo mashup da obra de Austen pensou, quando utilizou 85% da obra original, e misturou elementos do cinema zombie.
Eu nunca li o original de Austen, e confesso que até ler a paródia, não sentia a menor vontade de conhecer Jane Austen. E olha que eu já encarei Tolstoi, Shakespeare, Alvares de Azevedo, Machado de Assis, e outros clássicos “pedantes”. Mais de uma obra desses autores, e foi dureza. Mas a versão “plus Zombies” de Austen é sensacional!
“Orgulho e Preconceito e Zumbis” conta a história da família Bennet, que vive em uma propriedade inglesa no início do século 19. Sob a ótica de Elizabeth, segunda filha mais velha de cinco irmãs, a Inglaterra está tomada por duas pragas igualmente problemáticas: mortos que caminham sobre a terra, emergindo de túmulos em busca de cérebros frescos, e a aristocracia inglesa, que dita as regras sobre quase tudo. Sr. Bennet só pensa em tornar suas cinco filhas as melhores guerreiras que a Rainha da Inglaterra poderia desejar, treinando-as com ensinamentos de guerra, espadas e artes marciais. E a Sra. Bennet, mãe das jovens, só deseja que elas façam bons casamentos.
Nesse contexto, Elizabeth comparece, com suas irmãs, até um baile, em
homenagem a um jovem rico, sua irmã e seu melhor amigo. Debaixo de suas anáguas, leva seu punhal afiado. Ouve o amigo do jovem rico, Sr. Darcy, dizendo que ela é uma jovem bonita, mas não está à sua altura. Quando está prestes a decapitá-lo por essa insolência, restaurando sua honra, uma horda de zumbis toma o salão. Quando Sr. Darcy a vê lutando, a melhor guerreira entre todos, aos poucos muda de idéia.
A obra de Austen está ali, e em nada foi maculada. Inclusive, me envolveu, mesmo em alguns momentos eu achar um pouco maçante a linguagem. No livro, os zumbis são chamados, com toda polidez britânica, de “não-mencionáveis”. E as cenas em que rolam massacres de mortos-vivos (tem até um bebê zombie! horripilante!) são muito boas. A única coisa que achei exagerada foi o fato de, na obra, as irmãs terem se tornado guerreiras na china. De resto, é diversão na certa. Me vi desejando que mais e mais zumbis aparecessem! e que bom seria, se eles estivessem em outras obras clássicas para nosso contento.
2 Comentários
29 de junho de 2011 às 18:31 | Excluir
Treinadas na china? como assim? hahaha. assim que terminar meu incidente em antares que também traz mortos-vivos (não sedentos de sangue) vou terminar de ler orgulho e preconceito e zumbis. digo terminar por que ja comecei.
29 de junho de 2011 às 18:35 | Excluir
inclusive, acho que vamos fazer uma troca, eu vou ler incidente em antares! tinhamos literatura zombie e nem sabiamos hahaaha
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