Risco biológico

Pouca gente sabe que o Brasil possui manuais de biossegurança, protocolos de atendimento a doenças, padrões de notificação de epidemias, um manual específico sobe risco biológico e uma lista de doenças de notificação compulsória por parte das autoridades de saúde. Temos inclusive uma Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS), vinculada ao Ministério da Saúde que estabeleceu níveis de risco biológico e suas potenciais ameaças neste manual que você pode consultar. Hoje vamos ver o riscos e tentar achar um para a infestação zumbi.

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Os níveis de biossegurança servem para resguardar a saúde de quem trabalhar com esses agentes de risco e para salvaguardar o ambiente, a comunidade, animais e plantas. Assim como mandam as normas internacionais, o manual da CBS tem quatro níveis de risco e uma classe especial baseados nas características peculiares dos agentes biológicos, como virulência, transmissão, origem e mortalidade (laboratórios precisam desta classificação também):

Risco 1

Nesta classe estão reunidos os agente biológicos que trazem baixo risco individual e para a comunidade, conhecidos por não causarem doenças em pessoas ou em animais sadios. Um exemplo disso são os Lactobacillus.

Risco 2

O risco é moderado no individual e limitado na comunidade pois o potencial de propagação das infecções em homem ou animais e sua disseminação no meio ambiente é limitado e as medidas de combate e controle são bastante eficazes. Um exemplo é o Schistosoma mansoni, agente causador da esquistossomose e a Escherichia coli, causadora de infecções gastrointestinais.

Risco 3

Classe de agentes de alto risco individual e moderado para a comunidade, com capacidade de transmissão por via respiratória, causando patologias em humanos e/ou animais, disseminando-se na comunidade e no ambiente, sendo transmitidas de pessoa para pessoa. Com potencial letal e com capacidade de tratamento e prevenção. Um exemplo é o Bacillus anthracis, agente causador do carbúnculo ou antraz, os príons (encefalopatia espongiforme bovina e a doença de Creutzfeldt-Jakob) e o hantavírus (febre hemorrágica).

Exemplo de um laboratório de risco biológico nível 3. Fonte: CDC.

Risco 4

Classe que inclui principalmente os vírus, apresenta alto risco individual e para a comunidade, com grande capacidade de transmissão por via respiratória e até desconhecida. Não há medidas de combate, terapêuticas ou de prevenção neste nível, devido à alta capacidade de disseminação pela comunidade e pelo ambiente. Costumam ser altamente letais. Um exemplo disso, é o vírus Ebola (febre hemorrágica), sem cura conhecida, o Sabiá (vírus brasileiro misterioso que causa febre hemorrágica) e o influenza A (H1N1).

Risco especial

Semelhante ao nível 4. Os agentes possuem alto risco de causar doença animal e de se disseminar no ambiente, porém inclui os agentes de doença animal que não existem no país e que embora não apresentem grandes riscos ao ser humano, causam perdas econômicas severas. Todos são identificados por um asterisco (*) na lista de doenças de notificação compulsória. Nesta classe estão a febre aftosa e a gripe aviária.

Se uma infestação zumbi causada por algum agente biológico começasse no Brasil, onde você acha que ele se encaixaria e por que? Deixe a resposta nos comentários, até mais!

Fontes:

Fiocruz

Ministério da Saúde

Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo