Olha quem resolveu dar as caras, corajosamente admito, estreando aqui pelo ZH? A zumbi @likeazombie. Aproveite sua coluna... no bom sentido!

Todas as culturas desenvolvem meios para separar o que faz parte do mundo dos vivos daquilo que pertence ao mundo dos mortos. Há um trabalho de desagregação que precisa se efetivo e eficaz para que essas barreiras entre-mundo, sejam físicas ou imaginárias, não sejam rompidas. Velório, enterro, túmulo digno, cremação, cerimônias fúnebres, missas de sétimo dia e outras diversas formas de mostrar ao morto seu caminho não são simples práticas vazias.

Agora, imaginem só, quando os mortos resolvem levantar de suas tumbas só de zueira? Todo o penoso trabalho que foi desenvolvido para que os mortos ficassem em seus devidos lugares cai por terra (ou se levanta da terra). É como se um dos pilares mais antigos da sociedade caísse, a ordem estabelecida já não vigora mais, agora se instaura o caos.
Talvez esta seja uma possibilidade de explicação para o fascínio e o medo que os zumbis despertam. O dilema do homem diante da morte não é um tema novo na literatura e no cinema, mas, com as novas incertezas do mundo pós-moderno e globalizado, a temática dos zumbis reacende o medo da transgressão da ordem, do embate entre dominantes e dominados e por fim o retrato do que era o ser humano, agora consumindo outros seres humanos.
Agora deixando de lado esse discurso chato de cientista social e indo pra parte divertida, a verdade sobre os zumbis é que mais cedo ou mais tarde o apocalipse acontecerá. E quando esse dia chegar, se esconder pra não ser devorado não será suficiente. Ninguém estará preparado. Pode ser um acidente nuclear, um ataque biológico, castigo divino ou vontade do acaso, a única certeza é que um dia os mortos caminharão sobre a Terra e esse dia não está muito longe.
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