Um belo dia você sai de casa, e descobre que alguma coisa de muito errado aconteceu, e todos à sua volta se tornaram seres putrefatos e canibais, inclusive sua família e seus amigos, e dependendo do caso, até o seu cachorro. Esse poderia ser o enredo de vários filmes de zumbi, e na verdade, dada a ampla oferta de obras do gênero que existem, até é. Porém, o que muitos fãs de terror não sabem é que o zumbi macilento e cambaleante que existe em nosso imaginário coletivo tão enraizado e cheio de referências históricas e populares surgiu de uma lenda muito, mas muito antiga. E que ele pouco tinha a ver com nossos adoráveis mortos-vivos putrefatos.
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O primeiro “registro” do que se chamaria hoje de zumbi foi feito por um explorador americano, na ilha caribenha do Haiti, no que se tornou a obra “A Ilha da Magia”. William Seabrook saiu de sua terra natal Maryland nos Estados Unidos em busca de uma grande reportagem para escrever um livro sobre as intrigantes terras tropicais do Haiti, e encontrou nativos haitianos horrorizados com algo, que primeiramente ele acreditou ser apenas superstição antiga mesclada com histeria coletiva. Não era.
O que W. Seabrook ouviu da boca dos nativos na colônia em 1928 foi que haviam feiticeiros vodus que buscavam corpos recém-enterrados para escravizar nas lavouras de cana-de-açúcar. Existem relatos inclusive de que ele conheceu alguns desses “mortos-vivos” autônomos, entre homens, mulheres, crianças e idosos, por meio de nativos que o levaram até algumas dessas lavouras onde os “escravos mortos” trabalhavam dia e noite, a mando de um senhor tirano e controlados por um feiticeiro.

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O primeiro “registro” do que se chamaria hoje de zumbi foi feito por um explorador americano, na ilha caribenha do Haiti, no que se tornou a obra “A Ilha da Magia”. William Seabrook saiu de sua terra natal Maryland nos Estados Unidos em busca de uma grande reportagem para escrever um livro sobre as intrigantes terras tropicais do Haiti, e encontrou nativos haitianos horrorizados com algo, que primeiramente ele acreditou ser apenas superstição antiga mesclada com histeria coletiva. Não era.

Os nativos falavam de escravos mortos, cascas vazias desprovidas de alma. Sua descrição é de que as pessoas tinham de gestos automáticos, olhares vidrados com ausência de calor ou alma; desprovidos de expressão, olhos encovados e fundos, sem vozes. Seabrook conheceu de perto alguns “Zumbis do Haiti”.

As lendas começaram a se espalhar rapidamente. Contava-se que se a família não montasse guarda ao redor do túmulo do ente querido até seu corpo entrar em estado de decomposição, o feiticeiro viria e ele se tornaria escravo após a morte. Esse era o maior temor em um país assolado pela escravidão e pela exploração dos países europeus que dominaram o Haiti nos anos de 1920, e que deixa marcas até hoje.


Fonte: “Zumbi, o livro dos Mortos” de Jamie Russel.
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